Endometriose

Doenças

Podem ser encontrados no colo uterino chamados CERVICAIS e na cavidade endometrial (ENDOMETRAIS). Consistem na proliferação (hiperplasia) focal da mucosa, incluindo o estroma. Podem ser únicos ou múltiplos, sésseis ou pediculados e ter diferentes formatos e comprimentos.

O pólipo cervical incide em torno de 4 %, e chega a 25 % após os 40 anos (Cavalcante, 2001). Desses, 25,4 % associam-se a sangramento e 26,6 % são concomitantes com pólipos endometriais (COEMAN, 1993). Na pós-menopausa essa associação pode chegar a 56,8 %. A maioria é de pólipos mucosos (75 a 80 %) de pequena dimensão, sendo os demais adenomatosos (15 %) com dimensões maiores e fibrosos (4 a 10 %) e angiomatosos (1 a 15 %).

A transformação maligna ocorre em 02 a 4 %. A Histeroscopia define o local da inserção e sua retirada. Os pólipos endometriais tem incidência na população geral de 24% (Kurman, 1987).

Fatores associados que contribuem provavelmente para sua formação são história de mais de uma gravidez, terapia hormonal, uso do tamoxifen (pacientes com câncer de mama) e a obesidade. Estão associados a câncer de endométrio em 12% dos casos e a miomas em 40% (Parent, 1994).

ARMENIA (1967) observou 482 pacientes por 12,6 anos, após a remoção dos pólipos endometriais e verificou que 17 (3,5%) desenvolveram câncer.

RESLOVA (et al.,1999) analisando 245 mulheres com pólipo endometrial, observaram que na pós-menopausa 44% apresentavam sangramento anormal e no menacme em até 82% (fluxo aumentado, perdas intermenstruais).

Podem ainda serem causa de infertilidade, interferindo com a migração dos espermatozoides e dificultando a implantação do ovo (VALE, 1989). No diagnóstico são utilizados a USG, a histerossonografia e a histeroscopia.

Quanto ao diagnóstico na ultrassonografia transvaginal apresenta-se como uma imagem ecogênica ou em alguns casos, serem descritos como “espessamento endometrial”. A Histeroscopia define a localização, o tamanho e sua retirada.

Tratamento

Nos pólipos cervicais a ressecção histeroscópica está indicada quando não visíveis a olho nu e quando a inserção do pedículo não é visualizada na colposcopia.

O tratamento cirúrgico do pólipo endometrial diagnosticado na USG, deve ser precedido da histeroscopia diagnóstica. No Conselho Brasileiro de Endoscopia Ginecológica da Febrasgo (2001), 93,5% acharam que todo pólipo endometrial sintomático ou não, deve ser ressecado.

Para entender a adenomiose é importante saber que o útero tem 3 camadas: o MIOMÉTRIO (muscular), revestido externamente pelo peritônio (serosa) e internamente pelo ENDOMÉTRIO (mucosa).

No endométrio há grande quantidade de vasos sanguíneos e é lá onde o ovo (embrião) se implanta. Durante cada ciclo menstrual os hormônios ovarianos preparam o endométrio para uma provável gravidez. Assim, o endométrio se transforma, ficando mais espesso, mais vascularizado e mais rico em glândulas.

Entretanto, se o óvulo liberado não for fecundado, os estímulos hormonais cessam, e toda aquela parede espessa descama, rompendo vasos, provocando sangramento menstrual.

Na menstruação, o miométrio se contrai, ajudando a expulsar os restos do endométrio que descamou. As contrações do miométrio são a causa das cólicas menstruais.

O que é adenomiose?

É a presença de glândulas e estroma do endométrio dentro do miométrio. Provavelmente isto ocorre pela penetração, invasão, “enraizamento” do endométrio no miométrio de forma localizada ou difusa.

Este processo é facilitado pelo avanço da idade (> 30 anos) (Pace, 2002; Ludwig, 1962); gravidez; traumatismos como, curetagem, ressecções endometriais e cesáreas. (Pace, 2001).

Independente desses fatores, pode acontecer devido a fatores genéticos, tem caráter progressivo quanto a profundidade, o que pode levar ao aparecimento ou agravamento de sintomas tais como: DISMENORRÉIA (cólica menstrual), DOR PÉLVICA (fora da menstruação), DISPAREUNIA (dor na relação sexual); aumento do fluxo menstrual.

Podendo interferir com a fertilidade em alguns casos. O diagnóstico pode ser sugerido através de achados na ultrassonografia, ressonância magnética, histerossalpingografia e histeroscopia.

Porém, tem no exame histopatológico do útero retirado sua confirmação. A Adenomiose acomete 20% das mulheres. Nessas 2/3 são sintomáticas, tem natureza benigna e regride após a menopausa, podendo ser reativada na vigência de terapia hormonal.

Miomas Uterinos, também conhecidos como fibroma, fibromioma, leiomiofibroma e fibróide, são neoplasias benignas encontradas no útero.

São compostos de tecido muscular e são as massas uterinas mais comumente encontradas, com incidência em torno de 20% a 30% em mulheres que estão em idade reprodutiva, sendo mais frequentemente encontrados em mulheres de 30 a 40 anos de idade.

Estes tumores são mais comuns em mulheres negras (50%), nas brancas ocorre em 25% e menos frequente nas asiáticas.

Aproximadamente 30% dos casos apresentam manifestações clínicas como irregularidades no ciclo menstrual, sendo a menorragia (aumento do fluxo menstrual) a mais frequente.

O aumento do volume uterino normalmente resulta em um aumento da pressão pélvica, relacionada a dor e compressão de outras estruturas, como reto e bexiga, causando constipação, incontinência urinária e dilatação dos ureteres e rins.

Outros problemas como complicações durante a gravidez e infertilidade também podem estar relacionados ao quadro clínico.

Diagnóstico

O diagnóstico do mioma uterino é feito por meio da associação de dados do exame ginecológico e achados de imagem, devendo-se diferenciar de outras afecções como endometriose, adenomiose, carcinoma de endométrio e hemorragia uterina disfuncional.

Desses, com exceção deste último, que é diagnóstico de exclusão, as outras enfermidades podem coexistir com o mioma uterino, dificultando seu diagnóstico e tratamento.

Alguns exames como ecografia transabdominal, endovaginal, ressonância nuclear magnética, histerossalpingografia, histeroscopia e recentemente a histerossonografia têm contribuído para diagnóstico e localização dessa neoplasia, possibilitando assim a escolha do tratamento mais adequado.

Alguns pesquisadores dizem que quando não há sintomas, o paciente não deve ser tratado, e sim, mantido sob observação clínica, com a realização de exames anuais. Outros pesquisadores defendem o tratamento de casos com volume uterino compatível com 12 ou mais semanas de gestação, mesmo quando assintomático.

O tratamento conservador, inclui o uso de análogos do GnRH, com a finalidade de inibir a produção ovariana de estrogênio (pré-operatório de miomas e na pré-menopausa) e a embolização das artérias uterinas (processo que leva ao infarto e degeneração benigna do mioma).

A remoção cirúrgica do mioma varia, entre outros condicionantes, com o desejo reprodutivo da paciente. De acordo com o número, localização e tamanho dos nódulos, a cirurgia pode ser feita por via histeroscópica, laparoscópica ou por laparotomia.

Sinônimos: câncer endometrial, adenocarcinoma uterino

Endométrio é o tecido (membrana) que reveste a parede interna do útero. O Câncer de endométrio é o que se inicia neste local e é bastante comum, principalmente em mulheres com mais de 60 anos.

Normalmente o câncer de endométrio é detectado rapidamente pois causa um sangramento vaginal anormal, fazendo com que as mulheres procurem os seus médicos para verificar a origem do problema.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de endométrio é o sexto tipo mais comum de câncer em mulheres no mundo.

Antes dele, os cânceres mais comuns em mulheres são: câncer de mama (25,2%), câncer de intestino (9,2%), câncer de pulmão (8,7%), câncer de colo do útero (7,9%) e câncer de estômago (4,8%)

TIPOS

Há diversos subtipos de câncer de endométrio, sendo que o mais comum é o carcinoma endometrioide. Ele apresenta um resultado de tratamento mais favorável por ser diagnosticado normalmente em estágio inicial, isso porque ele causa sangramento uterino anormal.

FATORES DE RISCO

O principal fator de risco para o câncer de endométrio é a exposição a longo prazo ao estrogênio, produzido pelo próprio organismo ou recebido em forma de terapia hormonal.

Outros fatores incluem:

 

  • Menstruação precoce
  • Menopausa tardia
  • Nunca ter engravidado
  • Idade avançada
  • Diabetes
  • Sedentarismo
  • Alcoolismo
  • Hipertensão
  • Estar fazendo ou ter feito terapia hormonal para câncer de mama
  • Histórico de câncer na região do útero na família.

 

Mulheres com obesidade também são mais propensas a desenvolver carcinoma endometrial. Uma explicação para esse fator é que elas apresentam elevados níveis de estrogênio endógeno, devido à produção hormonal acontecer no tecido gorduroso.

SINTOMAS DE CÂNCER DE ENDOMÉTRIO

Muitas mulheres não apresentam nenhum sintoma e acabam descobrindo o câncer em um exame de rotina. Quando apresenta-se algum sintoma, este é o sangramento anormal.

Em mulheres na menopausa, qualquer tipo de sangramento, por menor que seja, é considerado anormal. Além destes, outros possíveis sintomas são:

 

  • Sangramento vaginal entre as menstruações
  • Secreção aquosa ou com sangue muito claro
  • Dor pélvica
  • Dor durante a relação sexual.

 

DIAGNÓSTICOS E EXAMES

Os procedimentos para diagnosticar o câncer de endométrio incluem:

 

  • Exame pélvico, em que o médico verifica o interior da vagina
  • Ultrassom transvaginal
  • Histeroscopia, que é quando o médico insere um aparelho através da vagina, que permite que ele visualize o seu interior e faça uma biópsia da área alterada.

 

Exames de Acompanhamento

Depois que o câncer endometrial é diagnosticado, o próximo passo é determinar o seu estágio, que é baseado em quão profundamente o câncer invadiu a parede muscular do útero. Também se há sinais de que ele se espalhou para outros órgãos do corpo, para isso são realizados:

 

  • Exame físico
  • Ressonância magnética do abdômen e da pelve
  • Radiografia do tórax
  • Outros exames de imagem.

 

ESTÁGIOS DO CÂNCER DE ENDOMETRIOSE

Os estágios do câncer de endométrio variam de fase I, quando o câncer invadiu apenas o revestimento do útero, até o estágio IV, que significa que ele se espalhou para órgãos distantes, como o fígado. Em geral, os cânceres em estágio mais baixo são menos complicados e exigem um tratamento menos agressivo que um câncer em estágio mais elevado.

TRATAMENTOS E CUIDADOS

O tratamento dependerá das características do câncer de endométrio e da saúde da mulher, assim como das suas preferências.

Faz parte do tratamento a cirurgia com remoção do útero (histerectomia) e retirada dos ovários e trompas. Um oncologista deve trabalhar em conjunto com o oncoginecologista para, a depender do estágio da doença, indicar os devidos tratamentos quimioterápicos.

EXPECTATIVAS

As expectativas para o câncer de endométrio descoberto em estágio inicial são muito boas, chegando a 90% de chance de neutralizar o problema.

PREVENÇÃO

A única forma de prevenir o câncer de endométrio é combatendo os fatores de risco, como a obesidade, mantendo uma vida saudável. Para isso:

 

  • Mantenha a pressão arterial e o diabetes sob controle, dentro dos níveis de normalidade
  • Tenha uma alimentação equilibrada e com menor quantidade de sódio
  • Pratique atividades físicas regularmente
  • Se fuma, deixe de fumar
  • Controle o consumo de álcool.

Causas

Em mulheres que menstruam, o endométrio engrossa a cada mês, em preparação para a gravidez. Se a mulher não engravida, o revestimento endometrial é derramado durante o período menstrual.

Após a menopausa, quando os períodos menstruais param, o revestimento endometrial normalmente deixa de crescer, mas em mulheres com câncer de endométrio, o revestimento do útero se desenvolve com células anormais.

A exata causa e origem do problema ainda é desconhecida. O que se sabe é que há uma mutação genética no interior das células no endométrio que transforma as células saudáveis normais em células anormais.

Essas células anormais se multiplicam descontroladamente formando uma massa (tumor). As células cancerosas invadem os tecidos adjacentes, o que pode fazer com que elas se espalhem para outras partes do corpo (metástase).

O estímulo constante do estrógeno sem a oposição da progesterona nos ciclos anovulatórios (sem ovulação), leva o endométrio à uma proliferação glandular excessiva, que passa a se chamar de HIPERPLASIA.

A hiperplasia persistente, pode progredir para o câncer de endométrio, isto ocorre durante os anos que antecedem a menopausa (pré -menopausa) e nas mulheres com síndrome dos ovários policísticos (SOP), caracterizada pela falta de ovulação, desde a adolescência.

O tecido gorduroso produz estrógeno, portanto, a obesidade associada nessas duas situações clínicas citadas, intensifica a proliferação endometrial, o surgimento de hiperplasia e câncer.

A Hiperplasia passa por quatro fases: Típica simples e complexa, atípica simples e complexa (Kurman, 1985), até se transformar no câncer.

Outros fatores contribuem para este mecanismo: O tamoxifeno utilizado por mulheres com câncer de mama, terapia de reposição hormonal inadequada na pós-menopausa, a chamada menopausa tardia, quando ocorre após os 52 anos de idade e Diabetes que leva a alterações metabólicas no endométrio.

A Hiperplasia e o câncer quando surgem na pré-menopausa (25% dos casos) são associados a sangramento uterino irregular, muitas vezes excessivo. Quando ocorre sangramento uterino na pós-menopausa, a hiperplasia e o câncer de endométrio são achados em 23,4% e 13,8% dos casos, respectivamente (Mencaglia a Multicenter Study, 1990).

A Hiperplasia e o câncer de endométrio podem ser assintomáticos (não sangram), nesses casos, a ultrassonografia mostra um espessamento de endométrio descrito como ECO ENDOMETRIAL, com espessura de 5 mm ou mais. O diagnóstico de certeza dessas duas entidades, requer comprovação histopatológica (biópsia).

A histeroscopia é o método padrão-ouro, para sob visão direta, identificar dentro do útero as áreas mais suspeitas, selecionando os locais para BIÓPSIA. A curetagem uterina, uma vez que realiza a biópsia (retirada do tecido) às cegas, associa-se a um falso negativo (a paciente tem câncer, mas o resultado vem normal) em torno de 30% dos casos.

Mulheres com hiperplasia complexa e atípica, após a prole definida (ter os filhos desejados), devem se submeter a histerectomia (retirada o útero) como forma de prevenção, uma vez que o surgimento de câncer ocorre em 3% a 29% dos casos.

Nas mulheres que apresentam o sangramento anormal na pré menopausa e em todo sangramento na pós menopausa (deve ser considerado anormal), assim como o eco endometrial espessado, devem precocemente se submeterem a histeroscopia, afim de obterem um diagnóstico inicial de câncer.

O câncer de endométrio, é diagnosticado em 70% dos casos no estágio I, ainda limitado ao útero, que adequadamente tratado, apresenta prognóstico favorável.

O ciclo menstrual

O ciclo menstrual apresenta duas fases:a primeira chamada proliferativa, que vai do final da menstruação até o dia de ovulação (rotura do folículo com liberação do óvulo).

Nesta fase o ovário produz o hormônio estrogênio que prolifera o endométrio. A segunda fase, chamada secretora, se inicia após a ovulação, quando o folículo roto passa a se chamar CORPO LÚTEO, que secreta progesterona a qual age inibindo a ação proliferativa do estrógeno sob o endométrio, tornando suas glândulas secretoras. Este fato é necessário para a recepção do ovo e início da gravidez.

Para as mulheres, sangrar uma vez ao mês é normal, mas quando isso acontece fora do padrão menstrual, é importante ficar alerta, pois pode ser um sagramento uterino de causa orgânica ou disfuncional, muitas vezes associado a algum problema de fertilidade.

É uma das queixas mais comuns em ginecologia, atingindo desde adolescentes até mulheres após a menopausa.

SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL

As causas mais encontradas estão na sigla PALMCOEIN: Pólipos, Adenomiose, Leiomioma, Malignidade, Coagulopatia, Ovulação disfuncional, Endometrial, Iatrogênica e Não Especificada.

Sendo as mais comuns: miomas, adenomiose disfuncionais (ovulatória e endometrial) e malignidade (hiperplasia endometrial atípica, câncer de colo e endométrio).

O sangramento pode ser provocado pelo mau uso de medicação, como a pílula (latrogênica). Isso estimula de maneira irregular o endométrio. Menos comum como causa é a endometrite, a infecção do endométrio. Além disso, principalmente entre adolescentes, a hipótese de gravidez também é levantada.

SANGRAMENTO UTERINO DISFUNCIONAL

Quando não é encontrada uma causa, os médicos consideram a possibilidade do sangramento uterino disfuncional, em que a mulher sangraria devido a uma alteração hormonal do ovário e alterações do endométrio. Esse tipo é mais frequente em adolescentes e em mulheres na pré-menopausa. Em ambos os casos, o motivo mais comum para o sangramento é a falta de ovulação.

O tratamento para esse tipo de sangramento é o controle hormonal, feito por medicação, como a própria pílula anticoncepcional e o DIU hormonal que libera progestogênio.

Diferente do sangue menstrual

As principais diferenças são frequência (intervalo), intensidade e duração. Ele é variável, dependendo da causa. Se a mulher perceber um sangramento que foge de seu padrão menstrual em alguma dessas características, deve se consultar com um ginecologista.

Caso não procure ajuda, a perda de sangue pode ser grande, provocando anemia, levando ao cansaço, menor rendimento e imunidade baixa. Nos casos mais graves, o sangramento pode levar à internação.

O primeiro conceito que devemos ter é que a fertilidade do ser humano é relativamente baixa. Um casal apresenta uma chance de engravidar de cerca de 20% ao mês. Assim, é comum haver algum tempo entre o início das tentativas de engravidar e a gestação, o que levanta a primeira questão: quando um casal deve pensar em infertilidade?

Define-se infertilidade conjugal como a ausência de gravidez após 12 meses de relações sexuais regulares sem uso de método anticoncepcional. Este limite de tempo é importante pois, após 1 ano sem conseguir engravidar, o casal deve procurar assistência médica para uma avaliação adequada.

Obviamente, existem situações nas quais este tempo deve ser menor. Por exemplo, quando a mulher tem 35 anos ou mais deve procurar ajuda após 6 meses de tentativa.

Outros exemplos são naqueles casais onde há uma suspeita de alteração inicial, como:

  • Presença de menstruações irregulares
  • Síndrome dos Ovários Policísticos
  • Endometriose
  • Infecção Pélvica Prévia
  • Gestação Ectópica Anterior
  • Laqueadura Tubárea
  • Vasectomia

CAUSAS E FATORES

As causas da infertilidade têm origem na mulher em aproximadamente 30 % dos casos, têm origem no homem em outros 30 % e no restante se considera a presença dos dois fatores ou a causa não é determinada.

A etapas do processo reprodutivo precisam estar em perfeito funcionamento para ocorrer a gravidez. As principais fases são a ovulação, a captação do óvulo pela tuba, a fertilização deste pelo espermatozóide e, por fim, a implantação do embrião formado no útero.

Portanto, as principais causas de infertilidade são:

Fator Cervical – É geralmente associado a alguma característica do muco cervical que dificulta a passagem dos espermatozóides no seu caminho às tubas uterinas. O muco cervical é uma secreção que a mulher elimina que se assemelha à “clara do ovo” e que altera suas características físico-químicas de acordo com os níveis dos hormônios. Na fase periovulatória, o muco é bastante fluido e facilita a migração dos espermatozóides, e fora deste período funciona como uma barreira espessa difícil de ser transposta por microorganismos vaginais, o que confere proteção ao sistema reprodutor feminino. Após a ejaculação o sêmen se liquefaz em 20 a 30 minutos sob ação de enzimas prostáticas. O líquido seminal protege os espermatozóides temporariamente da acidez vaginal e rapidamente eles penetraram no muco cervical.

Fator Vaginal ou Coital – Ocorre quando há alguma alteração anatômica ou psicológica que impede o correto depósito do líquido seminal no ambiente vaginal. São os casos, por exemplo, de vaginismo, disfunções sexuais, septos vaginais e por algum motivo, pouca freqüência sexual.

Fator Uterino – Inclui defeitos congênitos, seqüelas inflamatórias (sinéquias), tumorações (miomas ou pólipos), endometrites que alteram a cavidade endometrial.

Fator Tubário – Trata-se de alterações que bloqueiam parcial ou completamente a tuba ou que impedem o funcionamento normal dela, dificultando os espermatozóides de alcançarem o óvulo. É um fator importante de ser investigado diante de antecedentes de cirurgia pélvica prévia, uso de DIU (dispositivo intra-uterino), DIP (doença inflamatória pélvica), títulos elevados de clamídia, endometriose.

A avaliação das tubas se dá pelo exame Histerossalpingografia que consiste em se injetar um contraste (líquido) pelo colo do útero e fazer as radiografias que devem mostrar o caminho desde a cavidade do útero até as tubas e a saída do contraste na cavidade abdominal. É habitualmente agendada na fase folicular (7º ao 10º dia do ciclo menstrual) e após afastar-se processo infeccioso. Permite visualizar malformações, pólipos, sinéquias (aderências dentro da cavidade), miomas, obstrução tubária, aderências pélvicas e incompetência istmo-cervical.

Fator Ovulatório – Normalmente está associado a alterações do ciclo menstrual. A investigação de defeitos de ovulação sempre deve ser feita diante de ciclos menores de 26 dias e maiores de 35 dias.

Basicamente há dois tipos de alterações de ovulação: a ausência de ovulação (anovulação) e a ovulação infrequente ou irregular. Uma causa comum é a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) que ao ultrassom aparece como ovários cheios de folículos pequenos e que nenhum se torna dominante, ou seja, não há liberação do óvulo. Vem acompanhada de atrasos menstruais, ciclos longos de intervalos de 45 dias ou mais.

A avaliação do fator ovariano pode ser feita por ultra-sonografia transvaginal e dosagens hormonais (FSH, LH, Estradiol, Progesterona, Prolactina e TSH). A dosagens dos hormônios devem ser realizadas em dias específicos do ciclo menstrual. Ao se realizar acompanhamento da ovulação, observam-se seqüencialmente as características do endométrio, o crescimento folicular e a ovulação e a fase lútea (presença do corpo lúteo e de líquido livre na cavidade). Além disso, a ultra-sonografia avalia a reserva ovariana através da contagem do número de folículos “antrais”, junto com a medida do volume ovariano.

Fator masculino

Alterações na produção e na maturação dos espermatozóides – são as mais comuns dentro da causa masculina. O baixo número de espermatozóides reduz a chance de que um deles chegue ao óvulo maduro. Os espermatozóides podem ser imaturos, ter formato (morfologia) anormal ou ser incapazes de se mover adequadamente.

Vários fatores podem ter efeitos negativos na produção dos espermatozóides: Doenças infecciosas ou inflamatórias, especialmente o vírus da caxumba, podem levar à atrofia dos testículos.

Alterações endócrinas (hormonais) – é a produção inadequada de hormônio folículo estimulante (FSH) e de hormônio luteinizante (LH) os quais regulam a produção de espermatozóides e de testosterona.

Fatores ambientais e relacionados ao estilo de vida.

Exposição à radiação e alguns tratamentos para câncer podem inibir a produção de espermatozóides de forma temporária ou permanente.

Obstruções anatômicas – Algumas alterações podem bloquear de forma parcial ou total, a passagem dos espermatozóides e do líquido seminal até a saída do pênis. Essas alterações podem ocorrer por defeitos genéticos ou por infecção ou inflamação. A presença de varizes no escroto (varicocele) também pode diminuir a qualidade dos espermatozóides.

Outros fatores – problemas na função sexual, que pode ocorrer decorrente de outras doenças como diabetes, problemas no sistema nervoso central ou tumores de hipófise.

A avaliação deste fator se dá através essencialmente do espermograma, que é o estudo do sêmen. Os seguintes parâmetros são analisados: volume, concentração, motilidade (movimentação) e morfologia (forma) dos espermatozóides. É fundamental que esse exame seja realizado em clínica de reprodução humana. Em 2010 saíram novas referências da Organização Mundial de Sáude para os valores normais do espermograma.

Ainda podem ser realizados: teste de fragmentação do DNA seminal (inadequação no DNA do sêmen por acúmulo de radicais livres) e análise genética – cariótipo com banda G e microdeleção do cromossomo Y – fundamentais para homens com oligospermia severa (contagem muito baixa de espermatozóides) e azoospermia (ausência de espermatozóides no ejaculado).

Fator Peritonial – Endometriose – entidade de relevância porque está presente em 40% dos casos – Ocorre quando o endométrio cresce fora do útero. As células endometriais podem se implantar nos ovários, nas trompas e em outros órgãos, causando sangramento e reação inflamatória. Existem várias formas pelas quais a endometriose poderia interferir na fertilidade, como as alterações anatômicas e o acometimento ovariano. Além disso, na endometriose ocorre a liberação de diferentes substâncias no peritônio causando uma irritação crônica com capacidade de formar aderências e alterar o microambiente agredindo os gametas, de modo a interferir na fertilização.

Fator Imunilógico – São difíceis de tratar e sua investigação é muito controversa. Como os espermatozóides são “estranhos” ao organismo da mulher, podem desencadear resposta imunológica capaz de interferir em praticamente todas as etapas da reprodução, desde a ascensão do espermatozóide pelo aparelho genital feminino até a sua capacidade de fertilizar o óvulo e, tendo esta ocorrida, desde a migração do zigoto, até seu implante e posterior “rejeição”.

Segundo alguns autores, a infertilidade imunológica nos dias atuais pode adquirir particular importância quando se estima que possa corresponder a 20% dos casos de esterilidade sem causa aparente, através de disfunção de gametas, falha na fertilização ou nos eventos pós-fertilização (desenvolvimento embrionário precoce, implantação).

Esterilidade sem Causa Aparente (ESCA) – Mesmo após cuidadosa investigação médica, as causas de infertilidade de um casal podem não ser identificadas. Ao redor de 10 a 15% dos casais que procuram uma clínica especializada em reprodução humana, têm este diagnóstico. Não podemos esquecer que a ciência progride numa velocidade grande e que o desconhecido de hoje, será provavelmente esclarecido no futuro e que alguns casais que antes possuíam este diagnóstico, agora começam a ter alguma explicação do insucesso na gravidez.

Casais com mais de três anos de infertilidade sem causa aparente, vêem suas chances de concepção natural diminuírem muito, e técnicas de reprodução assistida são necessárias.